16/03/2009

Reflexão "Filme John Q."

Sem dúvida que estamos perante o drama de uma família que aparentemente levava uma vida normal até um certo dia, que durante um jogo de basebol, o filho deles desmaia e é levado para o hospital, onde se descobre que tem um coração defeituoso e que só se submetendo a um transplante do coração é que ele sobreviveria, essa intervenção é recusada por parte de um hospital e por parte da companhia de seguros na qual se encontra contratado um seguro de saúde, do qual foram alteradas as coberturas sem que o titular (John Q.) fosse alertado para a situação.
Então, é a partir daqui que nos deparamos com o desespero destes pais em tentar salvar a vida do filho, com a ajuda de amigos, conhecidos, vizinhos, familiares e vendendo seus bens John consegue juntar algum dinheiro, porém o insuficiente para garantir o transplante do filho, que vem piorando o seu estado a cada momento.
Mas se a situação já era negra ainda ficou pior quando o hospital dá a notícia de que o seu filho iria ter alta, assim sendo, não teria muito mais tempo de vida.
Após muita luta com a seguradora e o hospital onde a criança foi internada, John decide que a única maneira de resolver este impasse é tomar como reféns quem quer que tenha o azar de se encontrar no banco de urgências desse hospital, toma ainda, uma atitude inesperada na falta de um coração compatível para o seu filho, coloca o seu próprio à disposição para o transplante, sendo que para isso cometerá suicídio. Ou seja, está disposto a sacrificar a sua vida para salvar a vida do filho.
Esta atitude torna-o um herói para os ” mass media” que após tanta mediatização em relação ao caso chocou a população em geral e uma multidão junta-se à porta do hospital, apoiando o John.
Este filme além de explorar com profundidade e sensibilidade a relação entre pai e filho, não impondo limites para a vontade do pai ver o filho viver, também é lotado de denúncias e algumas ousadias. Entre outras coisas, critica fortemente o preconceito hospitalar, principalmente quando se trata da desigualdade social. Afinal, a vida de uma pessoa rica vale mais do que a de uma pessoa pobre só por causa do dinheiro? E vai ainda mais longe quando se trata de ética na medicina, médicos deixando a saúde de pessoas doentes de lado, onde poderiam prevenir um desenvolvimento, porém acabam deixando as pessoas desenvolverem a doença para colher frutos (dinheiro) no futuro.
Em relação ao hospital ter autorizado o transplante, acredito que a direcção ao assistir aquela suposta despedida entre pai e filho os terá sensibilizado mas não o suficiente acredito mais no peso dos mass media e da opinião pública caso o transplante não fosse autorizado o hospital iria ser alvo de indignação por parte da população.
Acho contudo que a ideia de que os fins justificam os meios não é a mais adequada, mas se olharmos para dentro da nossa consciência e, se nos acontecesse o mesmo, com certeza que tentávamos por todos os meios salvar um ente querido.

Sem comentários:

Enviar um comentário