27/03/2009

Dia Internacional do Teatro


A Poesia no Teatro


Bocas, buchichos, bilhetes,
o beijo, o banzo, o batuque,
bispos, beatos, blasfêmias,
as conversas cavernosas,
cavando caos e castigo,
cartas cárceres carrascos,
cruzes, quilombos, capoeira,
denúncias, depoimentos,
devassas e desventuras,
a danação do degredo.

E a liberdade tecendo
o fio de sua renda:
navegar é preciso
que se aprenda.

Filetes deferimentos,
ferros, feitores, fidalgos,
(afã de fazer feitiço!)
garras, garrotes, gadanhos,
galhofas e galicismos,
o gosto das gargalhadas,
o gozo, o guizo, a gandaia,
a justiça justaposta,
gerando jeito, jeitinho
e gente jeremiando.

E a liberdade tecendo
o fio de sua renda:
navegar é preciso
que se aprenda.

Lágrimas lavam as leis
e as legiões de lacaios,
os livros em labaredas,
a luz, o lume, a legenda,
iluminismos letais...
masmorras, mortes, miséria,
meirinhos, maçons, muzenza,
o Nordeste, a novembrada,
novidades e novenas,
Napoleão e novelas.

E a liberdade tecendo
o fio de sua renda:
navegar é preciso
que se aprenda.

Os póstumos patriotas,
padres, peões, parasitas,
os poderes paralelos,
réus, rebeldes renitentes,
raças, revoltas, revides,
o real e a realeza,
os sambas e as assembléias,
selos, sigilos, segredos,
a sedição e seus sonhos,
o sangue e o suor descendo.

E a liberdade tecendo
o fio de sua renda:
navegar é preciso
que se aprenda.

Traidores e titulares,
o trono, a taxa, o tributo,
o tronco, a tortura, a tropa,
velas, vasos e vitrais,
os vassalos e os valentes,
(a vida à vazar das veias)
o xodó e o xingamento,
zona, zunzum, zombaria,
o zumbir da zurzidela,
zoeiras, zangas e zelos.

E a liberdade tecendo
o fio de sua renda:
navegar é preciso
que se aprenda.


Cleise Mendes

16/03/2009

Respeitem os Professores...

Há algum tempo atrás,
Eles eram uns senhores,
Hoje em dia o que se faz?
Rebaixa-se os professores.

Afinal o que se passa?
Neste país de arrogantes,
Se não fossem à escola,
Seriam um bando de ignorantes.

Existem diversas profissões,
Médicos, advogados, deputados,
E muitas outras mais, porém
Os professores é que são enxovalhados.

Profissões essas que,
Certamente, se extinguiam,
Se não fosse os professores,
Quem os ensinariam?

Então! Senhores governantes!
Não acham que já chega?
Acabem com esta farsa de,
Uma ministra que até dá pena.

Aos encarregados de educação,
É preciso relembrar,
Eduquem os vossos filhos,
Para os professores não maltratar!

É hora de dizer: basta!
Vamos demonstrar gratidão,
Perante estes seres, que
Contribuem para a educação.

Carla Carlos

Dedicado a todos os professores de forma a demonstrar a minha solidariedade e respeito pela vossa profissão.

A Igreja opinou...

"Homossexualidade não é normal",
A igreja fez questão de o frisar,
Com este tipo de afirmação,
A homofobia vai aumentar.

E não satisfeitos com isso,
Também quiseram alertar,
Que os homossexuais,não
Possuem capacidade de adoptar.

É preciso pai e mãe,
Para a criança estabilizar,
Será?Então! E até hoje?
Quem as tem vindo a maltratar?

Espero que consigam,
As crianças adoptar,
Pois, estou convicta,
Que boa educação lhes vão dar.

Educação mais justa,
Sem qualquer preconceito,
Para a geração futura,
Olhar o "outro" com mais respeito.

A religião deveria existir,
Para a todos aconchegar,
E não servirem-se dela,
Como forma de discriminar.

Aos olhos de Deus,
Todos os seres são iguais,
Quem eles pensam que são?
Para os rotular como "anormais"!

Então! Minha gente!
Porquê? Continuar a ignorar,
Vamos acabar com esta injúria,
E no Mundo a vida melhorar.


Carla Carlos


Dedicado a todos aqueles que de alguma forma se sentem vítimas de discriminação, devido à sua orientação sexual.


Reflexão "Direitos Fundamentais"

Apesar de os países desenvolvidos respeitarem num grau mais elevado os direitos humanos do que os países em vias de desenvolvimento, infelizmente estes continuam muito aquém de serem respeitados na sua íntegra.

Em relação ao dilema se o respeito pelos direitos humanos deve vir primeiro ou depois do país se ter desenvolvido, na minha opinião, é muito mais difícil serem respeitados quando o país ainda está em vias de desenvolvimento, porque para existir o respeito pelos direitos humanos é preciso que haja acesso a recursos necessários para atingir um nível de vida com um certo grau de satisfação das necessidades das populações, uma vida saudável, com instrução, etc. E nestes países verifica-se que, as condições de acesso ao ensino são precárias, devido à falta de infra-estruturas, de professores e sobretudo devido à falta de investimento dos governos na educação como forma de estimular o desenvolvimento, as condições financeiras das famílias obrigam um elevado número de jovens e até mesmo crianças a ingressarem no mercado de trabalho, abandonando precocemente a escola, que origina um elevado número de analfabetismo. Nestes países o trabalho infantil é um problema social grave, os direitos das crianças são permanentemente desrespeitados. A habitação também é preocupante pela falta de condições, relativamente à falta de infra-estruturas básicas como saneamento, água potável e electricidade.

Em termos de saúde verifica-se também que o acesso é muito restrito e precário além de não existirem cuidados de saúde primários, o diagnóstico e a despistagem de doenças são inexistentes.

Perante estes factores e outros mais é quase impossível um país em vias de desenvolvimento respeitar minimamente os direitos humanos.